Search Results
6/11/2025, 11:43:17 PM
>>211631421
Nem faltam os utensílios de uso doméstico: uma prensa para moer farinha, um alambique de destilar cana, uma prensa de fazer queijo, etc. São indícios de que mesmo dentro de casa a vida caipira não transcorre na ociosidade. Enquanto o gentio, de um lado, cuida da lavoura, de outro lado se produzem telhas nas olarias e, sob os telhais se enchem peroleiras de vinho, nos fornos se fazem pães, nas cozinhas se acondicionam caixas de marmelada, e se alinham potes de manteiga, e se empilham queijos, e se enchem frascos de água de rosas, e se encesta a farinha, e se ensacam flocos de algodão. Nas fazendas cortadas pelos rios ou riachos, canoas carregadas partem das casas de trapiche, enquanto, por toda a parte, rodam os moinhos de água de moer trigo.
Há então nas planícies de Sto. Antônio, de Piratininga, de Itaim, de Capoeirossúy, do Ipiranga, de Tatuapé, de Ibirapuera, grandes criadores. Bois, vacas, novilhos, carneiros, ovelhas, cabras, cavalos, éguas.
Entre os criadores da vila vamos encontrar Antônio Raposo da Silveira, que possui nos seus campos 76 ovelhas, 66 vacas, 15 novilhas, 4 bois, 40 cavalos e éguas. Manuel João Branco tem, no seu sítio em Ibirapuera, 218 vacas, 118 bois, 77 novilhas e bezerros. Pero Vaz de Barros, 82 cabeças de gado e 60 ovelhas. Francisco Barreto, o grande bandeirante que é rendeiro dos dízimos de Sua Majestade, possui 150 cabeças de gado. Luzia Leme, no seu sítio em Pinheiros, mantém 95 vacas, 36 bois, 42 porcos. Maria Leme, 150 cabeças de gado. Miguel Garcia Velho, 116 vacas, 71 novilhas, 1 boi, 7 éguas e 20 porcos. O capitão Valentim de Barros, de uma senpaiília das mais nobres da vila, possui na sua grande fazenda apenas 4 ovelhas e 10 cabras.
Mas, o que predomina nos campos de Piratininga é a cultura do trigo. Pelas imensas planícies estendem-se os trigais e, em certos momentos, a preciosa gramínea chega a constituir verdadeira força econômica do planalto.
Livro: No Tempo dos Bandeirantes
Nem faltam os utensílios de uso doméstico: uma prensa para moer farinha, um alambique de destilar cana, uma prensa de fazer queijo, etc. São indícios de que mesmo dentro de casa a vida caipira não transcorre na ociosidade. Enquanto o gentio, de um lado, cuida da lavoura, de outro lado se produzem telhas nas olarias e, sob os telhais se enchem peroleiras de vinho, nos fornos se fazem pães, nas cozinhas se acondicionam caixas de marmelada, e se alinham potes de manteiga, e se empilham queijos, e se enchem frascos de água de rosas, e se encesta a farinha, e se ensacam flocos de algodão. Nas fazendas cortadas pelos rios ou riachos, canoas carregadas partem das casas de trapiche, enquanto, por toda a parte, rodam os moinhos de água de moer trigo.
Há então nas planícies de Sto. Antônio, de Piratininga, de Itaim, de Capoeirossúy, do Ipiranga, de Tatuapé, de Ibirapuera, grandes criadores. Bois, vacas, novilhos, carneiros, ovelhas, cabras, cavalos, éguas.
Entre os criadores da vila vamos encontrar Antônio Raposo da Silveira, que possui nos seus campos 76 ovelhas, 66 vacas, 15 novilhas, 4 bois, 40 cavalos e éguas. Manuel João Branco tem, no seu sítio em Ibirapuera, 218 vacas, 118 bois, 77 novilhas e bezerros. Pero Vaz de Barros, 82 cabeças de gado e 60 ovelhas. Francisco Barreto, o grande bandeirante que é rendeiro dos dízimos de Sua Majestade, possui 150 cabeças de gado. Luzia Leme, no seu sítio em Pinheiros, mantém 95 vacas, 36 bois, 42 porcos. Maria Leme, 150 cabeças de gado. Miguel Garcia Velho, 116 vacas, 71 novilhas, 1 boi, 7 éguas e 20 porcos. O capitão Valentim de Barros, de uma senpaiília das mais nobres da vila, possui na sua grande fazenda apenas 4 ovelhas e 10 cabras.
Mas, o que predomina nos campos de Piratininga é a cultura do trigo. Pelas imensas planícies estendem-se os trigais e, em certos momentos, a preciosa gramínea chega a constituir verdadeira força econômica do planalto.
Livro: No Tempo dos Bandeirantes
Page 1