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7/18/2025, 11:04:40 PM
costumes dos Paulistas e Mineiros segundo viajantes Spix e Martius, 1817
O paulista, embora reservado, sente-se mais à vontade com estrangeiros do que seu primo mineiro; este último pode ser descrito como acanhado. Há um penoso desdobrar de cerimônias, que nos fazem lembrar a antiquada meticulosidade do Minho e Douro. Ambas as províncias são igualmente hospitaleiras, ambas não gostam da reserva excessiva e ambos preferem os modos dos franceses aos ingleses. Na estrada o paulista tira o chapéu, dá um bom dia cordial e responde de boa vontade a todas as perguntas. O mineiro nos olha bem antes de tirar o chapéu, muitas vezes sua mão fica suspensa entre a sela e a cabeça, imaginando se o estranho irá corresponder ao cumprimento. Algumas vezes olhavam para mim de maneira hostil.
Em toda Minas Gerais a gente abastada é hospitaleira para com os estrangeiros, mas sobretudo quando eles trazem cartas de recomendação de conhecidos. É fato observado por todos os viajantes, que os mineiros diferem pelo caráter e pelo físico dos paulistas. O mineiro tem estatura esbelta, pescoço comprido, o rosto um tanto alongado, olhos pretos vivos, cabelo preto; tem um certo garbo nobre, e o seu modo de tratar é muito delicado, obsequioso e sensato; no gênero de vida, é sóbrio e parece sobretudo gostar de uma vida cavalheiresca. Como os ingleses, o mineiro faz muita questão de grande asseio no trajar, sobretudo nos dias de festa. O seu traje nacional de uso comum difere do dos paulistas. Ele traja jaqueta de chita ou de veludo, colete branco com botões de ouro, calças de veludo ou de pano de Manchester e botas compridas de couro atadas acima do joelho com fivelas; chapéu de feltro com abas largas serve de guarda-sol; a espada e, não raro a espingarda, são seus companheiros inseparáveis. As viagens, mesmo as mais curtas não as fazem senão montados em mulas. Estribos e freios são de prata, e do mesmo metal é o cabo do facão que escondem na bota.
O paulista, embora reservado, sente-se mais à vontade com estrangeiros do que seu primo mineiro; este último pode ser descrito como acanhado. Há um penoso desdobrar de cerimônias, que nos fazem lembrar a antiquada meticulosidade do Minho e Douro. Ambas as províncias são igualmente hospitaleiras, ambas não gostam da reserva excessiva e ambos preferem os modos dos franceses aos ingleses. Na estrada o paulista tira o chapéu, dá um bom dia cordial e responde de boa vontade a todas as perguntas. O mineiro nos olha bem antes de tirar o chapéu, muitas vezes sua mão fica suspensa entre a sela e a cabeça, imaginando se o estranho irá corresponder ao cumprimento. Algumas vezes olhavam para mim de maneira hostil.
Em toda Minas Gerais a gente abastada é hospitaleira para com os estrangeiros, mas sobretudo quando eles trazem cartas de recomendação de conhecidos. É fato observado por todos os viajantes, que os mineiros diferem pelo caráter e pelo físico dos paulistas. O mineiro tem estatura esbelta, pescoço comprido, o rosto um tanto alongado, olhos pretos vivos, cabelo preto; tem um certo garbo nobre, e o seu modo de tratar é muito delicado, obsequioso e sensato; no gênero de vida, é sóbrio e parece sobretudo gostar de uma vida cavalheiresca. Como os ingleses, o mineiro faz muita questão de grande asseio no trajar, sobretudo nos dias de festa. O seu traje nacional de uso comum difere do dos paulistas. Ele traja jaqueta de chita ou de veludo, colete branco com botões de ouro, calças de veludo ou de pano de Manchester e botas compridas de couro atadas acima do joelho com fivelas; chapéu de feltro com abas largas serve de guarda-sol; a espada e, não raro a espingarda, são seus companheiros inseparáveis. As viagens, mesmo as mais curtas não as fazem senão montados em mulas. Estribos e freios são de prata, e do mesmo metal é o cabo do facão que escondem na bota.
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