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Quando o Irã avança contra Israel em um confronto imbuído de contornos escatológicos e imemoriais não se trata simplesmente do embate entre Estados-nações modernos.

O Irã é hoje um dos mais dignos representantes da antiga estirpe dos indo-europeus, os guerreiros estepários de índole apolínea que se espalharam e conquistaram das Ilhas Britânicas ao norte da Índia na aurora da História.

Ele porta consigo, portanto, expectativas ancestrais acumuladas de todos os povos indo-europeus que foram perseguidos, humilhados, massacrados, escravizados, traídos ou explorados pelo farisaísmo cabalista. É por isso - e não apenas pela Palestina - que todo o mundo civilizado vibra com os golpes desferidos pela Pérsia contra os sionistas.

Já vimos isso antes.

O triunfo iraniano sobre Israel é a reencenação do mito da luta do herói contra o dragão, mas no plano histórico. São os imperadores Tito e Adriano devastando Jerusalém. É o príncipe Svyatoslav destruindo a Cazária. São os Reis Católicos libertando os camponeses ibéricos dos grilhões da usura. São Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Filipe Camarão expulsando os "holandeses" do Brasil na Batalha de Guararapes.

A vingança iraniana é a vingança de todos os justos ao longo das eras. É a vingança do Rei Rodrigo, cujo reino visigótico foi traído com os portões de Toledo abertos para os invasores. É a vingança dos cipriotas, vítimas de um genocídio sangrento pelas mãos dos zelotas no séc. II d.C. É a vingança de São Simão de Trento. É a vingança de Nicolau II, morto em um assassinato ritual e não por motivos políticos.

O entusiasmo natural pela ousadia iraniana não passa da ativação de uma memória ancestral. Ninguém sabe bem o porquê, mas todos entendem que o Irã é portador da espada da justiça e que ele vingará séculos de iniquidades.

Rapardo Machado, o indo-ariano