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6/16/2025, 10:53:25 PM
Os viajantes alemães Spix e Martius relatam a aparência, temperamento e caráter dos paulistas em 1817:
"O paulista goza, em todo o Brasil, da fama de grande franqueza, coragem invencível e romântico gosto para aventuras. Com esses dotes favoráveis, o seu caráter adquiriu uma inclinação para a impetuosidade, orgulho e inflexibilidade e, por essa razão, é temido pelos vizinhos; o estrangeiro não vê no seu modo altivo senão seriedade e caráter; acha que a sua franqueza cordial e hospitalidade são traços amáveis. O orgulho dos paulistas pode somente ser desculpado, por poderem eles gabar-se de que as façanhas de seus antepassados lhes dão, sobre o novo continente direitos, que não tem o colono europeu. Que os imigrantes se cruzaram com índios, ninguém duvida, e, pela cor da cútis e fisionomia, o povo daqui faz lembrar, mais do que em outras cidades do Brasil, esse cruzamento. Ademais, aqui se têm também estabelecido muitos brancos. Antigamente foi a capitania de São Paulo, então chamada São Vicente, procurada por muitos espanhóis, que, entre outros, aqui foram ter depois do insucesso da expedição de D. Pedro de Mendoza ao Paraguai (1538-1546), assim como mais tarde, no princípio do século XVIII, e cujos vestígios ainda se reconhecem nos nomes espanhóis de certas senpaiílias. Muitos paulistas conservaram-se sem a mistura com os índios, e são tão brancos, mesmo mais claros, do que o colono europeu puro nas províncias do Norte do Brasil. Os mestiços, conforme o grau da mistura, têm a pele cor de café, amarelo-clara, ou quase branca. No mais, os principais traços do paulista são estatura alta, peito largo, feições fortemente acentuadas, que indicam franqueza e desembaraço; os olhos são pardos, raras vezes azuis, cheios de vivacidade e enérgicos; o cabelo basto, preto e liso; a musculatura rija; agilidade e segurança de movimentos.
"O paulista goza, em todo o Brasil, da fama de grande franqueza, coragem invencível e romântico gosto para aventuras. Com esses dotes favoráveis, o seu caráter adquiriu uma inclinação para a impetuosidade, orgulho e inflexibilidade e, por essa razão, é temido pelos vizinhos; o estrangeiro não vê no seu modo altivo senão seriedade e caráter; acha que a sua franqueza cordial e hospitalidade são traços amáveis. O orgulho dos paulistas pode somente ser desculpado, por poderem eles gabar-se de que as façanhas de seus antepassados lhes dão, sobre o novo continente direitos, que não tem o colono europeu. Que os imigrantes se cruzaram com índios, ninguém duvida, e, pela cor da cútis e fisionomia, o povo daqui faz lembrar, mais do que em outras cidades do Brasil, esse cruzamento. Ademais, aqui se têm também estabelecido muitos brancos. Antigamente foi a capitania de São Paulo, então chamada São Vicente, procurada por muitos espanhóis, que, entre outros, aqui foram ter depois do insucesso da expedição de D. Pedro de Mendoza ao Paraguai (1538-1546), assim como mais tarde, no princípio do século XVIII, e cujos vestígios ainda se reconhecem nos nomes espanhóis de certas senpaiílias. Muitos paulistas conservaram-se sem a mistura com os índios, e são tão brancos, mesmo mais claros, do que o colono europeu puro nas províncias do Norte do Brasil. Os mestiços, conforme o grau da mistura, têm a pele cor de café, amarelo-clara, ou quase branca. No mais, os principais traços do paulista são estatura alta, peito largo, feições fortemente acentuadas, que indicam franqueza e desembaraço; os olhos são pardos, raras vezes azuis, cheios de vivacidade e enérgicos; o cabelo basto, preto e liso; a musculatura rija; agilidade e segurança de movimentos.
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