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7/15/2025, 10:40:25 PM
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É fácil calcular agora quanto intensa não é a força de expansão bandeirante, que e no começo da primavera, irradiam de vários pontos do território vicentista. Nas bandeiras para as minas, há maravilhosos exemplos dessa capacidade de expansão e dessa mobilidade, tem-se uma sensação de espanto deslumbrado: toda aquela sociedade parece tomada do delírio coletivo de aventura, tal qual o mundo europeu na época das cruzadas. O mesmo se pode dizer das bandeiras que realizam a expansão paulista para o sul, para os campos de Iguaçu.
Dessa expansibilidade, porém, a causa reside na demografia dos currais. Pelo contato das três raças normaliza-se um regime de poligamia em larga escala. Certamente, esse regime não é peculiar aos núcleos caipiras. Daí um coeficiente de natalidade assombroso, neles a produção humana se faz em grande. Se os núcleos vicentistas se organizassem como os núcleos europeus do Paraná atual, sob a base da senpaiília monogâmica, a sua potencialidade expansionista se teria enfraquecido. Não teria a sua área de dispersão abrangido em menos de dois séculos esse vasto território: Mato Grosso, Goiás, Minas, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É a organização poligâmica da senpaiília, reforçada pela colaboração de outras causas sociais, econômicas e geográficas, que dá a esses núcleos uma estupenda expansibilidade, a maior que a nossa história registra. Nem as mais prósperas colônias germânicas do sul têm em si tamanha capacidade de irradiação.
É a sedução dos imensos e opimos campos criadores do vale do Iguaçu e da planície rio-grandense que lhes provoca, ao sul, a descarga das suas energias expansivas. Ao centro, é a atração empolgante das minas. O maravilhoso espraiar das bandeiras, no II e III séculos, no-los revela instáveis, vagueantes, rapidíssimos, na sua mobilidade estonteadora.
Livro: Oliveira Viana, Populações Meridionais do Brasil
É fácil calcular agora quanto intensa não é a força de expansão bandeirante, que e no começo da primavera, irradiam de vários pontos do território vicentista. Nas bandeiras para as minas, há maravilhosos exemplos dessa capacidade de expansão e dessa mobilidade, tem-se uma sensação de espanto deslumbrado: toda aquela sociedade parece tomada do delírio coletivo de aventura, tal qual o mundo europeu na época das cruzadas. O mesmo se pode dizer das bandeiras que realizam a expansão paulista para o sul, para os campos de Iguaçu.
Dessa expansibilidade, porém, a causa reside na demografia dos currais. Pelo contato das três raças normaliza-se um regime de poligamia em larga escala. Certamente, esse regime não é peculiar aos núcleos caipiras. Daí um coeficiente de natalidade assombroso, neles a produção humana se faz em grande. Se os núcleos vicentistas se organizassem como os núcleos europeus do Paraná atual, sob a base da senpaiília monogâmica, a sua potencialidade expansionista se teria enfraquecido. Não teria a sua área de dispersão abrangido em menos de dois séculos esse vasto território: Mato Grosso, Goiás, Minas, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É a organização poligâmica da senpaiília, reforçada pela colaboração de outras causas sociais, econômicas e geográficas, que dá a esses núcleos uma estupenda expansibilidade, a maior que a nossa história registra. Nem as mais prósperas colônias germânicas do sul têm em si tamanha capacidade de irradiação.
É a sedução dos imensos e opimos campos criadores do vale do Iguaçu e da planície rio-grandense que lhes provoca, ao sul, a descarga das suas energias expansivas. Ao centro, é a atração empolgante das minas. O maravilhoso espraiar das bandeiras, no II e III séculos, no-los revela instáveis, vagueantes, rapidíssimos, na sua mobilidade estonteadora.
Livro: Oliveira Viana, Populações Meridionais do Brasil
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