Bandeirantes na disseminação da cultura pastoril no Brasil Meridional

"O regime pastoril, desde os primeiros dias da fundação de São Vicente, se constitui como forma de conquista e povoamento. Em nossa história o pastoreio é o antecedente obrigatório da agricultura.
O sertanista povoador, por onde vai passando, deixa, como prova de sua passagem e sinal da sua posse, um curral"

A colonização pastoril é favorecida pela geografia das nossas regiões subtropicais. Na baixada meridional, como se observa em Santos, no planalto paulista, no vale do Paranapanema, abrem-se grandes planícies, próprias para fundações de currais. No planalto paulista, os sertanistas descobrem os esplêndidos campos de Piratininga, cuja produção espontânea em feno e arbustos, no dizer de Frei Gaspar, contrasta com as florestas costeiras. Galgado o planalto, através dos contrafortes da serra do Mar, o Tietê, o Paraíba, o Rio Grande, o Paranapanema os levam às Minas, Goiás, Mato Grosso ou até os pampas, aos campos de Curitiba, Guarapuava, Lajes, Palmas, Vacaria.
Desses campos sobem para São Vicente e São Paulo grandes manadas. A bandeira de Cristóvão Pereira de Abreu, por exemplo, em 1731, arrebanha 3000 cavalgaduras e as introduz em São Paulo.
Os centros bandeirantes são assim providos de animais de montaria e carga. O problema da mobilização das bandeiras fica facilitado. Com a melhoria na organização do comboio bandeirante, o movimento de expansão colonizadora adquire, principalmente no sul, uma intensidade notável.