Corretíssimo o PL do Kim Kataguiri.
"Ah, quem tem que decidir isso são os pais, não o Estado, pi pi pó pó." Meu filho, que pais? Já expliquei aqui que o neoliberalismo destruiu a senpaiília — e, se não destruiu de vez, criou um arranjo absolutamente precário. Que pais? Aqueles em que homem e mulher trabalham em escala 6x1, 12 horas por dia, e delegam a educação dos filhos a uma creche estatal? O Estado já decide, porque no neoliberalismo, que precarizou o trabalho, tornou o convívio familiar inviável, jogou a mulher compulsoriamente no mercado de trabalho e praticamente extinguiu a vida doméstica, os filhos já são criados e educados pelo próprio Estado.
Se o PL for aprovado, o Estado, que já educa os filhos, não vai permitir que a criança acesse um antro de formação de indivíduos depressivos, desatentos — não é à toa que a explosão de diagnósticos de TDAH se dá justamente na geração que cresceu nas redes sociais — e expostos a todo tipo de soft porn.
Uma coisa é proibir o discurso não-esquerdista e abstrações subjetivas do linguajar esquerdista como “discurso de ódio” e “ameaça à democracia”, que é exatamente o que propõe a regulação do consórcio PT-STF. Outra coisa completamente diferente é impedir que crianças, já crescidas em um ambiente sem figura paterna, educadas pelo Estado, sem presença de religião, sem formação moral católica e expostas desde a mais tenra idade, passem a usar redes sociais que funcionam como um campo de treinamento para a depravação.
E mesmo que essa fosse, em tese, responsabilidade exclusiva dos pais, pergunto: aquelas crianças que o tal do Hytalo sexualizava no Instagram, TikTok e YouTube, vocês realmente acham que não tinham autorização dos pais? Lembram da MC Melody, dançando funk pornográfico com 9 anos de idade? Quem era o “empresário” dela? O próprio pai.