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Muitos desses abrigos de tropeiros ficaram famosos, tornando-se em pouco tempo embriões de futuras cidades. É o caso do Rancho dos Silveiras, localizado às margens do Caminho Novo da Piedade, que fazia a ligação da Vila de Lorena até o Rio de Janeiro. Em torno desse pouso de tropeiro floresceu um povoado, assim como muitos no Brasil, elevado à município em 1842 com o nome de Vila dos Silveiras. Nesse ínterim, o Vale do Paraíba foi o cenário da saga tropeira durante boa parte da fase colonial, do Império, atravessando mais de seis décadas do período republicano. Bernardino José de Souza destaca a importância do tropeiro na integração nacional, citando Pandiá Calógeras, o qual afirma que mesmo “ocorrendo o risco de pilhérias intuitivas, não há como negar a imensa dívida do Brasil para com o burro, elemento de prosperidade e de progresso de norte a sul. Mas onde a sua influência reinou foi na região das serras do mar, da Mantiqueira, no Brasil do sul e do centro em suma”. Após a década de 60, as tropas vão desaparecendo, ficando restritas ao perímetro rural de fazendas e sítios. Ainda assim, tenta-se resgatar a memória do tropeirismo, como ocorre em Silveiras. A cidade mantém até os dias atuais o espírito do tropeiro, sobretudo após o trabalho de resgate cultural organizado pelo sociólogo Ocílio Ferraz, em 1981 tem início em Silveiras a 1ª Festa do Tropeiro, que se expande por todo o Vale do Paraíba.