A fundação de Curitiba

Conta uma linda lenda provinda dos primeiros povoadores dos campos de Curitiba, eles os paulistas, estabeleceram à margem do rio Atuba, no vilarinho dos côrtes, um acampamento para a saga na busca do ouro.
Com o passar do tempo, notaram os vilarejos do Atuba que a efigie de Nossa Senhora, entronizada na sua tosca capelinha, por aqueles rudes bandeirantes paulistas e penetradores do sertão, tinha o olhar voltado para os campos que sítio decorria para um lugar, chamado pelos tupis de "Curitiba" que significa "Pinhais".
Essa região, porém, era dominada pelos kaigangs, índios amantes dos frutos de que se alimentavam, dos bosques de "fuong" (pinheiro) que faziam a terra pitoresca e farta.
Mas Nossa Senhora insistia em mirá-la. Todas as manhãs, aparecia com olhos luminosos voltado para ela.
E tal foi a insistência que os destemerosos paulistas que habitavam o Atuba resolveram seguir a possibilidade da conquista do sítio indicado pela sua padroeira.
Estes bandeirantes então, carregados de pólvora e armas, com o apoio de numerosos arcos de guerreiros tupis aliados, desceram a Coxilha do Bairro Alto, penetraram os pinheirais do Aú, do Bacaxeri e do Juvevê, e surgiram nos terrenos dominado pelas longas cobertudas dos bárbaros kaigangs, prontos para a esperada peleja.
Nossa Senhora, lá no alto do Atuba, sorriu.
Em vez da luta prevista como certa, o que ocorreu foi a acolhida generosa e cordial entre eles.
Do chefe índio para o chefe bandeirante não partiu a flecha da hostilidade, mas o aceno da paz neste chamado acolhedor: "Ha kantin!" (Bem vindo!)
E a cordialidade os recebeu com as suas manifestações de expansão primitiva. Os arcos kaigangs foram laçados ao chão em sinal de paz. A rúmbia da congonha (cuia de mate) símbolo de hospitalidade e costume daqueles paulistas, foi oferecida ao chefe dos kaigangs. E rodou a cuia depois por todos os outros guerreiros.