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7/3/2025, 11:26:36 PM
Cotidiano dos tropeiros de Sorocaba
Viagem do alemão Júlio Frank, 1830
"Tomando o caminho de Sorocaba, Frank procurava um dos Oliveiras que três meses antes o trouxe da Corte. Antes de chegar à vila de Sorocaba dirigiu-se à sua fazenda e lá inteirou-se de que o seu protetor já se encontrava de viagem às Missões no Rio Grande do Sul.
Ao saber, o rapaz resolveu prosseguir imediatamente para a vila, que julgava próxima. Tomou uma estrada qualquer. Na primeira encruzilhada virou à esquerda. Depois desorientou-se. E ao alcançar as primeiras casas contaram-lhe que se havia enganado: em lugar de dirigir-se para Sorocaba, descera para Campo Largo, lugarejo que distava cerca de três léguas da vila e onde havia ranchos de tropeiros e pastos para descanso de animais.
Anoitecia. As pessoas que topava pelo caminho pareciam-lhe hostis. Se ao menos encontrasse por ali uma daquelas festivas hospedarias da Corte! Fazendo tais reflexões, caminhou para o Largo de São Benedito, que era quase inteiramente tomado pelos ranchos de pouso, onde os tropeiros passavam os dias, enquanto os animais eram reunidos nas mangueiras, preparando-se para a partida. Os tropeiros de Sorocaba eram conhecidos em todo o país.
Aquela noite era véspera de uma das partidas de tropas e o largo estava movimentadíssimo. Diante de cada rancho ardia uma fogueira. À roda delas sentavam-se tropeiros. Havia os que cantavam, os que ponteavam viola, os que contavam causos, os que jogavam búzio, os que atalhavam cangalhas e ainda os que não faziam coisa alguma.
Da trempe descia uma corrente aguentando o caldeirão. Sobre o tacuru, que é um fogão feito com três pedras, a chaleira do café. Ao pé dos jiraus, enquanto os caldeirões ferviam, os piás, meninos de 13 a 15 anos que acompanhavam a tropa, contavam bravatas, esses futuros tropeiros cozinhavam o almoço e o jantar para o dia seguinte.
Viagem do alemão Júlio Frank, 1830
"Tomando o caminho de Sorocaba, Frank procurava um dos Oliveiras que três meses antes o trouxe da Corte. Antes de chegar à vila de Sorocaba dirigiu-se à sua fazenda e lá inteirou-se de que o seu protetor já se encontrava de viagem às Missões no Rio Grande do Sul.
Ao saber, o rapaz resolveu prosseguir imediatamente para a vila, que julgava próxima. Tomou uma estrada qualquer. Na primeira encruzilhada virou à esquerda. Depois desorientou-se. E ao alcançar as primeiras casas contaram-lhe que se havia enganado: em lugar de dirigir-se para Sorocaba, descera para Campo Largo, lugarejo que distava cerca de três léguas da vila e onde havia ranchos de tropeiros e pastos para descanso de animais.
Anoitecia. As pessoas que topava pelo caminho pareciam-lhe hostis. Se ao menos encontrasse por ali uma daquelas festivas hospedarias da Corte! Fazendo tais reflexões, caminhou para o Largo de São Benedito, que era quase inteiramente tomado pelos ranchos de pouso, onde os tropeiros passavam os dias, enquanto os animais eram reunidos nas mangueiras, preparando-se para a partida. Os tropeiros de Sorocaba eram conhecidos em todo o país.
Aquela noite era véspera de uma das partidas de tropas e o largo estava movimentadíssimo. Diante de cada rancho ardia uma fogueira. À roda delas sentavam-se tropeiros. Havia os que cantavam, os que ponteavam viola, os que contavam causos, os que jogavam búzio, os que atalhavam cangalhas e ainda os que não faziam coisa alguma.
Da trempe descia uma corrente aguentando o caldeirão. Sobre o tacuru, que é um fogão feito com três pedras, a chaleira do café. Ao pé dos jiraus, enquanto os caldeirões ferviam, os piás, meninos de 13 a 15 anos que acompanhavam a tropa, contavam bravatas, esses futuros tropeiros cozinhavam o almoço e o jantar para o dia seguinte.
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