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7/17/2025, 11:01:52 PM
O tropeirismo no Vale do Paraíba
Nos dois primeiros séculos da colonização o carro de boi reinou absoluto no Brasil. Porém no século XVIII começou a sofrer concorrência de outros meios de transporte. Bernardino José de Souza afirma que nesse período surgiram “as famosas tropas de muares — mais vigorosos, seguros e sóbrios que os outros animais de carga”. O carro de boi, além de lento, era impossível de transitar em terrenos montanhosos. Daí a opção pelos muares. A procura por burros e mulas impulsionou um grande mercado de muares, cujo ponto culminante era a feira de Sorocaba, onde eram negociados milhares de animais anualmente. A primeira vinda oficial de muares para o Brasil ocorreu em 1731, saindo da Colônia do Sacramento, conduzida pelo bandeirante paulista Cristóvão Pereira de Abreu, considerado o primeiro tropeiro. O objetivo inicial era atender a região das minas para o transporte de mantimentos, artigos variados e, obviamente o ouro extraído. Mesmo com a decadência das jazidas, os muares se tornaram indispensáveis no dia-a-dia do caipira. O historiador Caio Prado Júnior define a tropa de muares como uma empresa, pois seu “proprietário é o tropeiro, homem às vezes de grandes recursos e senhor de muitas tropas empregadas no transporte. Os trajetos são prefixados com datas certas de chegada e partida, bem como com tabelas estabelecidas de fretes. Uma empresa, enfim, regularmente organizada”. Cada viagem, de vários negociantes, podia agrupar até duas mil cabeças de muares. Em 1861, o viajante luso-brasileiro, Augusto Emílio Zaluar, cita em sua obra, o depoimento do Profº Francisco Luís d’Abreu Medeiros: “À feira de Sorocaba concorrem, todos os anos, de quarenta a cinquenta mil bestas, que produzem mais ou menos quatro mil contos de réis, as quais são conservadas no campo em derredor da cidade, e rondadas por camaradas, até serem vendidas e seguirem seu destino”.
Nos dois primeiros séculos da colonização o carro de boi reinou absoluto no Brasil. Porém no século XVIII começou a sofrer concorrência de outros meios de transporte. Bernardino José de Souza afirma que nesse período surgiram “as famosas tropas de muares — mais vigorosos, seguros e sóbrios que os outros animais de carga”. O carro de boi, além de lento, era impossível de transitar em terrenos montanhosos. Daí a opção pelos muares. A procura por burros e mulas impulsionou um grande mercado de muares, cujo ponto culminante era a feira de Sorocaba, onde eram negociados milhares de animais anualmente. A primeira vinda oficial de muares para o Brasil ocorreu em 1731, saindo da Colônia do Sacramento, conduzida pelo bandeirante paulista Cristóvão Pereira de Abreu, considerado o primeiro tropeiro. O objetivo inicial era atender a região das minas para o transporte de mantimentos, artigos variados e, obviamente o ouro extraído. Mesmo com a decadência das jazidas, os muares se tornaram indispensáveis no dia-a-dia do caipira. O historiador Caio Prado Júnior define a tropa de muares como uma empresa, pois seu “proprietário é o tropeiro, homem às vezes de grandes recursos e senhor de muitas tropas empregadas no transporte. Os trajetos são prefixados com datas certas de chegada e partida, bem como com tabelas estabelecidas de fretes. Uma empresa, enfim, regularmente organizada”. Cada viagem, de vários negociantes, podia agrupar até duas mil cabeças de muares. Em 1861, o viajante luso-brasileiro, Augusto Emílio Zaluar, cita em sua obra, o depoimento do Profº Francisco Luís d’Abreu Medeiros: “À feira de Sorocaba concorrem, todos os anos, de quarenta a cinquenta mil bestas, que produzem mais ou menos quatro mil contos de réis, as quais são conservadas no campo em derredor da cidade, e rondadas por camaradas, até serem vendidas e seguirem seu destino”.
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