O que acontece quando um homem cresce ouvindo que é o descendente de Aquiles? Ele age como se fosse. Ele será Alexandre que cavala na direção do inimigo acreditando que é descendente dos deuses. É verdade? Não, mas o que importa é que ele acredita. Ele se comporta como descendente de Aquiles e se torna O Grande. O que fez Roma ser Roma? Só existe uma resposta: César, pois sem César há Augusto e sem Augusto não há império. Roma foi fundada numa ordem social clara, onde existia um elemento crucial, a aristocracia romana, a ancestralidade troiana, a ascendência de Ascânio, filho de Enéas. E o que César e Alexandre têm em comum? Eles eram aristocratas, na mente e no espírito.
A palavra aristocrata foi deturpada, a figura metafísica do líder foi destruída. O materialismo faz com que ninguém enxergue além do utilitarismo imediato e a figura do aristocrata vai além do material, o aristocrata não é um cara bem vestido e falando fino. A figura do aristocrata foi destruída pela democracia, a maior força contra o tradicional. Porque só com a democracia, a mentira de que todos os homens são iguais pode existir. O aristocrata é o homem ao qual a responsabilidade da liderança é atribuída, a figura do aristocrata é algo tão forte que mesmo depois de ser destruída, onde os mais novos buscam inspiração? Em aristocratas na ficção, qual menino não conhece o Batman? Hoje vemos a ilusão de que o poder vem de baixo, a mentira democrática. Essa é a mentira que condena o bandeirante, condena a nobilidade paulista construtora da Paulistânia, que pinta Raposo Tavares como um bárbaro escravocrata. Alexandre, César e Raposo não foram escolhidos pelo povo, mas tomaram por direito a responsabilidade de liderar. Hoje vemos a narrativa esquerdista emocionada e anacrônica da história, incapaz de ter uma visão realista daqueles tempos. Destruída a relação entre a aristocracia e o povo, tem-se a modernidade esfacelada.